segunda-feira, 2 de maio de 2011

Presente de Grego

Mas presente de grego mesmo foi a notícia que recebi do meu advogado. O Guilherme entrou com uma ação para me tirar do apartamento que moro, aqui no Leblon, com todas as regalias: Duzentos metros quadrados, área de lazer, piscina, sauna, hidro, a poucos metros da praia e um verde de tirar o ar. Regalias sim, e por que não? Eu mereço!!!

O patife teve a cara-de-pau de alugar um apartamento de dois quartos sem nada no prédio, nem uma merda de uma piscina. Ele se esquece que, se eu fiquei com a visitação, ainda sou a mãe, e as crianças merecem ficar em uma casa confortável e digna quando vierem ficar comigo.

Alugou o apartamento à minha revelia, ainda por cima. Pra ficar bem caracterizado que, em razão da minha "doença mental", não tenho vontade própria.

Quero ver aonde isso vai dar. Ninguém deve achar que sairei espontaneamente do apartamento. Obviamente que esperarei a decisão do juiz, que, do jeito que a coisa anda, vai ser contra mim. Que ódio!
 
Isadora

Presente de Aniversário

Acabo de sair de uma peça de teatro; uma comédia que fui ver com uma prima no dia do meu aniversário. O chato do mundo moderno é que com os "youtubes" da vida a gente assiste a tudo antes de assistir no mundo real e acaba perdendo a surpresa. O ator era bom, mas as piadas, já tinha ouvido umas trocentas vezes...

Ganhei três presentes hoje: Um sapato, uma blusa e uma pachimina de onça. A  pachimina fiz de canga porque era meio "velha" pra mim. O sapato ficou pequeno dois números; a filha mais velha quem escolheu; a blusa, quase apertada, mas era preta, consegui disfarçar uns quilos, a do meio me deu, e o último, o mais novo. Adorei os três. Só dei uma nova utilidade ao terceiro.

Hoje liguei pra minha (ex) sogra pra agradecer o presente (tipo assim, existe ex-sogra quando se foi casado ou só quando se casa de novo? Boa pergunta...) e descobri que foi o ex-marido quem mandou comprar. Não entendi de novo, porque ele sequer me enviou uma mensagem me felicitando pelo dia, mas eu, de burra que sou, não só liguei no dia do dele como ainda fui dar um abraço pessoalmente. Coisa de recém-separada idiota como myself. Aprendi.
 
Isadora

O Final de Semana

Não sei porque cargas d´água o ex-marido hoje resolveu liberar as crianças para ficarem comigo. Estava tão decidido a me ferrar; com certeza foi para dar um alívio para os pais dele, que não devem mais agüentar de tanta energia junta. Eles são impossíveis! Deliciosamente impossíveis...

Deve ser porque hoje é meu aniversário.

Desde que perdi provisoriamente a guarda estou me controlando para não entrar em parafuso. Combinávamos que ia ser amigável a nossa separação e, de uma hora para outra, recebo em casa uma notificação da sentença do juiz contendo a decisão antecipada da perda provisória da guarda. Na ação o Guilherme alega que eu teria "transtornos mentais" e estaria impossibilitada de cuidar das crianças sozinha.

Esse foi um puta golpe baixo que esse cara me deu. Por quê isso?
Fez tudo na calada, ainda morando comigo. Por incrível que pareça, desde que ele saiu de casa, minha vida melhorou vertiginosamente. Saí daquela depressãozinha básica que teimava em me rondar quando ele estava por perto.
Mas melhorou ainda mais quando recebi a notificação de auto-afastamento do lar com o pedido de divórico.

Percebi claramente que a dinâmica de nossa interação me levava a um estado psicológico meio embotado. Me sentia presa, manipulada, controlada. Por isso que quando ele saiu de casa, saí da cama, arrebentei os grilhões que me prendiam a uma vida mecânica.

Semana passada até fiquei com um gatinho lá do Paraná, em comemoração a minha liberdade (ainda que tardia). Depois de 14 anos fazendo sexo com uma mesma pessoa, perdi a noção sobre se eu ainda dava um caldo ou não; mas foi em uma boate, lá em Búzios, que tirei o atraso. Isso mesmo. Há quanto tempo eu não beijava na boca? Sexo, nem pensar. Ainda. Mas, juro, vou rezar para Santo Antônio para me arrumar um cara legal. Pra sexo, só isso. Porque, vamos combinar? Casamento, nunca mais...

Isadora

Casamento Real

Sessão Nostagia. Hoje acordei 7:40 de bom humor para ver o restante do casamento real. Muito bonito, mas um pouco frio. Me fez lembrar o meu casamento ao contrário, com aquela choradeira toda, bem ao estilo latino. Já os ingleses, impecáveis em sua discrição e tradição.

O meu também teve cerimônia e festa depois, como é de praxe. Num local aconchegante, com os amigos reunidos, alegria no ar, muita música e bem-casados. Não deu certo, como podem perceber, por total incompatibilidade de gênios e horários.

Engraçado que namoramos exatos 7 anos e 3 meses antes de nos casarmos. Já havia tempo suficiente para conhecermos um ao outro. Mas aí é que me enganei, pois parece que, quando casei, uma outra pessoa tomou conta do Guilherme. Ficamos juntos outros 7 anos e 3meses. Coincidência?

E é o que geralmente acontece. O casal se transforma e aí é que conhecemos realmente quem são os que com quem convivemos; quando unimos eternamente as pastas de dentes...

Isadora

Eu tenho um ex-marido

Hoje é dia 28 de abril de 2011 e acabo de inaugurar esse blog, às 19:36 min. Nunca li nada sobre mulheres divorciadas e prefiro não ler. Essa é uma saga muito particular, principalmente quando se tem um ex-marido como o meu. Para vocês, que lêem este diário, meu nome será apenas Isadora. Prefiro não revelar meu nome agora, pois, como é de se imaginar, quando se tem um ex- marido (como o meu), este vai te colocar na Justiça, mesmo combinando que tudo vai ser resolvido amigavelmente. Me lembro de uma passagem no livro Comer, Rezar e Amar em que autora, conversando com um amigo seu, este revela que seu nome mudou para "filho da puta" depois de separado. Imagino o por quê.

Na realidade não sou divorciada, ainda, mas em processo de divórcio. Tenho 3 filhos, perdi a guarda provisoriamente, vou contar depois. Tinha uma vida financeiramente boa, agora de classe média. Sou jornalista, mas não estou trabalhando. Alguns médicos me diagnosticaram com transtorno bipolar, ainda duvido desse diagnóstico.

Acabo de voltar da escola das crianças, porque, depois de uma discussão com a babá que agora está cuidando delas, o pai me proibiu de vê-las dia de semana. Fico subindo pelas paredes de saudades e hoje resolvi que ia vê-las, mesmo que durante meia-hora. Isso já dá um baita alívio.

A partir de hoje vou contar os detalhes desta minha história, misturando tempo real com minhas memórias desde o dia em que conheci o pai dos meus filhos até os dias de hoje em que estou longe deles e batalhando para ter de volta a minha dignidade e a minha vida.

Isadora